“A maternidade trouxe-me a capacidade de confiar no meu corpo  e na Natureza”

No dia 01 de Março de 2005 fui internada no Hospital Garcia de Orta (às 36s e 6d) com uma pré-eclâmpsia.

O objectivo era controlar tensão e atrasar o nascimento do bebé. Contudo, sabia que havia alta probabilidade de indução do parto a qualquer altura que os parâmetros se mostrassem menos controlados.

No dia 2, os médicos optaram pela indução – a tensão estava bastante alta, já acusava 3 cruzes de proteína na urina e o edema da face quase me impedia de abrir os olhos! Colocaram-me gel às 10 da manhã… e nada…

Às 3h da tarde, nova dose – sempre cerca de 1mg apenas pois o meu bebé acusava apenas percentil 5.

Às 8 da noite apresentava quase 3 dedos de dilatação mas com as dores, a tensão começou a subir (16/10) e administraram-me petidina endovenosa. As dores pararam e as contracções também. Dormi que nem um anjo nessa noite!

Mas no dia seguinte tinha voltado “à estaca zero”. Nova dose de gel.

Às 15.40, com 3 dedos ainda, rebentaram-se as águas. E tive dores a sério!!!

Desci para o bloco de partos cerca de meia hora mais tarde com 4 para 5 dedos e indicação urgente de epidural, por causa da tensão.

Contudo, um desalinho na coluna neutralizou o efeito da analgesia… Muitas dores e muito, muito sono.

Ainda fizeram 2 repicagens da epidural mas não surtiram efeito.

Entretanto a tensão subiu a 17/12…

Quando entrei no bloco de partos estimou-se que daria à luz pelas 04 da manhã. Mas a coisa “correu bem” e às 20h20 já tinha a minha bebé comigo.

A parteira que me assistiu foi extraordinária. Deu-me segurança e isso foi determinante para que me sentisse tranqüila. Disse-me que não ia fazer episiotomia, massajou-me o períneo, fiz força de lado, e ela dizia “Isto está a correr bem, Patrícia! No máximo são 3 pontos!”

Quando a cabeça da bebé coroou, cortou-lhe um bocadinho de cabelo deu-me e disse: “Está quase!” e de repente senti-me cheia de forças!

No puxão seguinte nasceria a minha filha.

Hoje, tenho uma perspectiva muito diferente sobre o que aconteceu.

Ainda que não tenha ficado traumatizada com o parto – pois aquilo que pretendia na altura era um parto rápido – hoje entendo as coisas de outra forma. Tenciono em breve levantar o meu processo de parto no Hospital onde tive bebé. Quero saber como as coisas se passaram ao certo…

A maternidade trouxe-me a capacidade de confiar no meu corpo (ainda amamento ao fim de 17meses!) e na Natureza – que tb é mãe 🙂 e quero aproveitar isso da próxima vez…

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