“Penso que o facto de não ter confiado mais em mim e na minha capacidade de parir segundo as leis da natureza se deveu a muito falta de informação a que nós mulheres, principalmente mães de 1.ª viagem estamos privadas”


A Rita nasceu no dia 25 de Agosto de 2006 com 41 semanas e 1 dia, após 25 horas de um trabalho de parto induzido por normas do hospital e muito demorado.
Entrei no dia 24 de Agosto de 2006 às 11:00 horas de manhã para a indução, mas já com 2 dedos de dilatação, dedos esses que teimaram em não avançar, depois dos típicos e retro gados formalismos da depilação e clister, fui posta a soro e foi-me introduzido um gel para acelerar a dilatação; assim permaneci com contracções irregulares mas dolorosas até às 18:00 horas, aí fizeram uma 1.ª tentativa, em vão, de me rebentarem as águas, às 21.30 a médica assistente lá conseguiu rebentar-me as águas, o que custou bastante……..
Às 23.00 foi-me administrada a santa da epidural e eu continuava com os mesmos dois dedos de dilatação. Passei a noite mais ou menos descansada, entre dois reforços da epidural sempre passei pelas brasas. O meu marido, esse ainda fez meio dia de trabalho e acabou por ir para casa á 1:00 da madrugada com a minha mãe e a minha irmã, pois estava tudo muito atrasado…
Às 9:00 horas da manhã do dia 25 de Agosto já tinha conseguido chegar aos 6 dedos de dilatação, após ser administrado soro com um aditivo para acelerar a dilatação. Mas nessa altura eu já tinha levado os dois reforços da epidural e tive que me aguentar com dores até às 11:30, quem sofreu foram os braços do meu marido aos quais eu me agarrava a cada contracção, a certa altura descontrolei-me e a respiração que tinhas aprendido das aulas de preparação para o parto não tinha qualquer efeito.
Quando me foi dado o ultimo reforço da epidural foi dito para ir fazendo força sempre que viesse uma contracção, aí foram os melhores momentos do meu parto, sem dores e com muito força para fazer fui fazendo sempre força, mas a minha princesa estava muito subida e com uma mão na cabeça, então teve que se recorrer à ventosa e à episiotomia, da qual surgiu um edema que me deixou um bocado mal tratada, para a por na rua!!!!!!!!! Finalmente às 12.46m nasce uma princesa muito cabeluda e a ralhar com o mundo!!!!!!!!!!
Sofri um bocado, principalmente por não ser o parto que eu sempre idealizei ao longo de toda a gravidez, um parto o mais natural possível, onde só iria ter intervenção médica nos últimos momentos, onde a minha vontade seria ouvida e respeitada.
Fiquei bastante desiludida por não poder passar pelo processo da dilatação em casa, junto dos que amo, e por ter passado 25 horas deitada numa cama, onde os únicos movimentos se resumiam entre mudar da esquerda para a direita e vice-versa, sujeita ás vontades de terceiros Pergunto-me se não era preferível esperar mais uns dias, uma vez que eu já estava a perder o rolhão mucoso e com contracções há dois dias??? Porque é q nos hospitais não nos é permitido andar em vez de estar sempre deitada?? Será que a minha filha não sofreu ao estar privada do liquido amniótico durante mais de 12 horas?? Por tudo isto, penso insistentemente porque não esperei mais uns dias, porque é q não optei por ter tido a minha filha em casa??????
Penso que o facto de não ter confiado mais em mim e na minha capacidade de parir segundo as leis da natureza se deveu a muito falta de informação a que nós mulheres, principalmente mães de 1.ª viagem estamos privadas, ainda continuam a haver muitas lacunas na nossa sociedade, nomeadamente na maneira como a mulher, parturiente vive o parto, assume-se que parir é mais um acto cirúrgico, cheio de complexidade e no qual os interesses e vontades da mulher não são respeitados….
De uma coisa tenho certeza, mesmo passando por esta má experiência, penso em ter mais filhos, mas, de certeza que irei exigir mais respeito pela minha opinião.
Bem-haja a todos pelo maravilhoso trabalho na dignificação da mulher e do parto.

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