“De facto o meu parto não foi o que eu idealizei e não se tratava de ter ou não dor”


Chamo-me Janina e fui mãe do Salvador aos 25 anos no dia 8 de Fevereiro de 2007.
Tive uma gravidez espectacular. Graças aos conselhos da minha médica obstetra Dra. Radmila, não tive nenhuma doença durante a gravidez e consequentemente tive uma gravidez 100% livre de medicamentos, suplementos alimentares, etc; mesmo antes de saber que estava grávida. A única coisa que tomei foi o ácido fólico. Como consequência disto tudo gostava muito de ter tido um parto o mais natural possível, sem epidural, talvez até dentro de água, porém tudo correu de maneira diferente.
Ao fim de 40 semanas de gestação comecei a ficar farta de estar grávida e continuava a não haver qualquer sinal de parto. Sempre achei muito importante completar as 40 semanas de gravidez, mas a partir daí só pensava em induzir o parto. Senti desde o momento em que engravidei que iria ter um parto complicado. Ás 40 sem e 6 dias pedi à minha médica para me induzir o parto. Por volta do meio dia de dia 7 de Fevereiro  a Dra introduziu-me um gel à base de prostaglandinas que ao fim de 6 horas iria actuar.
Assim foi. Por volta das 6 da tarde as contracções começaram a fazerem-se sentir e ás 22 horas encontrámo-nos na Clínica. O ambiente estava óptimo, a Sandra ajudava-me a relaxar na bola “de parto” ensinando-me a fazer movimentos circulares com a bacia. A seguir tentámos descansar um pouco, mas de repente comecei a sentir umas dores fortes no lado direito inferior da barriga no intervalo das contracções e já não consegui ficar relaxada. Tive a certeza que a epidural no meu caso seria praticamente incontornável e a Dra e a Sandra concordaram.
Chegámos à Cruz Vermelha ás 2 da manhã e o Dr. Bismark chegou pouco depois. Levei a epidural ainda sem dilatação nenhuma, mas para mim foi a melhor solução. Deixei de sentiras dores, mas sentia as contracções. Enquanto que a médica foi descansar um pouco, a Sandra não saiu de ao pé de mim. Falávamos, ria-mos e dormitávamos até eu ter atingido os 4 dedos de dilatação. De hora a hora levava reforço da epidural e continuava muito tensa. A Sandra e a Dra faziam-me massagens ás pernas que estavam inchadíssimas e ajudavam-me a relaxar a cabeça que era a minha mente que estava na origem do não conseguir dilatar.
Nunca me apressaram, quando entrámos na Cruz Vermelha não havia mais ninguém a ter bebé e quando o Salvador nasceu 3 mamãs já tinham ” sido corrido”a cesarianas, isto porque os médicos já não estão para estar á espera. (Quando ouvi os comentários do Prof.Luís Graça nas Donas do Parto que disse que induz sempre os partos quando ultrapassa as 40 semanas porque sendo Prof tem muitos compromissos fiquei escandalizada. Como é que ainda há médicos desses?! Querem mandar em tudo. Ou se é obstetra ou se é professor. Jamais seria paciente dum médico assim)!
Por volta das 15 horas levei o último reforço de epidural. Estava com 8 dedos nessa altura e o Salvador parecia não descer mais. Tive que fazer muita força e tenho consciência que só o consegui porque tinha a Sandra a meu lado e a Dra a dizerem-me que eu seria capaz. O meu marido só entrou 10 min antes do fim, uma vez que eu estava muito mal disposta e tinha náuseas tremendas que me faziam restituir todos os líquidos que tinha ingerido. A situação era-me tão embaraçosa que preferi assim e a minha vontade foi respeitada. A Dra Radmila tentou contornar a episiotomia, todavia eu estava de tal maneira exausta que pedi que me auxiliasse procedendo à episiotomia.
A epidural tinha deixado de fazer efeito por completo e eu estava desesperada. A Sandra dizia-me q faltava muito pouco e a Dra dizia que já conseguia ver a cabecinha do Salvador e que era loirinho. Rodou-me a oxitocina para a dose máxima de 120 e aguardámos a contracção seguinte em que me fez a episitomia e graças a isso o Salvador conseguiu sair de uma só vez. A episiotomia e o pós-parto em geral não me custaram nada. A Dra coseu-me muitíssimo bem. No dia seguinte ninguém acreditava que eu tinha tido um parto vaginal e não tinha dores nenhumas.
A Sandra deu-me igualmente imenso apoio em relação á amamentação que decorreu sem qualquer problema devido aos bons conselhos que ela me deu e ao facto de me dizer vezes sem conta que eu seria capaz de o fazer. O Salvador nasceu muitíssimo saudável com um índice de Apgar de 10 ao 1º minuto, a pesar 3770, a medir 51cm e com um perímetro encefálico de 37cm. Jamais irei conceber um parto sem uma doula, ou melhor, sem a Sandra, que é uma mulher espectacular, cheia de força, que nos transmite imensa confiança, que tem resposta para qualquer pergunta por mais embaraçosa que seja e que está contactável 24 horas por dia.
Resumindo e concluindo venci todos os meus “demónios interiores” e já nada me assusta. Aprendi a confiar no meu instinto e continuo com o sonho de o próximo parto ser 100% natural. Desde que a Sandra e a Dra estejam comigo até pode ser em casa que eu não tenho qualquer receio e confio plenamente. Espero que o meu testemunho sirva para ajudar outras futuras mamãs e quero dizer-lhes que é extremamente importante podermos cofia a 100%r em quem está connosco.

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