(O Dr. Dória Nóbrega faleceu a 16/4/2021. Em sua memória e como reconhecimento, este artigo permanecerá no site Bionascimento)

Alguém que conhece os protocolos, domina o conhecimento, mas com toda a sua inteligência sabe tirar partido da longa experiência, de forma a cuidar de cada Mulher Grávida como alguém único. A individualidade com este obstetra ocupa um lugar especial.
É para nós uma honra contar com a presença do Dr. Dória Nóbrega, obstetra por quem temos uma profunda admiracão e respeito, na Conferência Bionascimento, que se realiza nos dias 5 e 6 de novembro, em Sesimbra.
Partilhamos convosco um artigo publicado no jornal Público, em Agosto de 2015.

O prazer de estar ali, naquele desafio da natureza

João Dória Nóbrega está a dois dias de fazer 81 anos. É obstetra. Na medicina privada fez quase 2 mil partos. Na Maternidade Alfredo da Costa, onde trabalhou cerca de 30 anos, são incontáveis. É uma das pessoas que podem contar na primeira pessoa a história do planeamento familiar em Portugal.
O Dória, o dr. Dória, é um médico que sabe esperar num tempo em que tudo é acelerado — até nascer. Decidiu, a partir de um episódio que a seguir se detalha, que ia ser obstetra. Estava em Angola, na guerra colonial. Reformou-se no ano passado. Entre um marco e outro, há a história da obstetrícia em Portugal que pode ser contada a partir do seu percurso. Houve um tempo em que ia pela província com um retroprojector a explicar o significado de planeamento familiar. Anos em que trabalhou numa comissão empenhada em fazer descer a taxa de mortalidade infantil. E milhares de partos. Um acontecimento único e surreal. “Pode magoar, pode estragar, pode partir.” E depois é o prazer de estar ali, naquele desafio da natureza.
João Dória Nóbrega não parece ter a idade que tem. Esteve doente, recuperou. O discurso tem a calma de um rio que nunca foi bravio mas que mantém a determinação. Tem umas mãos que não se consegue descrever. Numa tarde de Verão contou a sua história, depois mandou fotografias que a permitem ver de outra maneira.
Leia aqui a entrevista completa.

ANABELA MOTA RIBEIRO (texto) e (fotografia)

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